Um jovem toca violino na calçada. A maleta em que ele carrega o instrumento está ao lado, aberta, como uma boca com fome a espera de um alimento.O jovem usa óculos, está relativamente bem vestido e toca divinamente uma composição de Villa Lobos. O que faz uma gente como essa que não para e olha, ouve, escuta, sente a música que sai daquelas cordas cortadas pelos pêlos da haste que as arranha? O que faz um jovem como aquele na rua, no frio, esperando migalhas? Hoje quando passei por ele a caminho da biblioteca e fechei os olhos para sentir as notas entrando em minha pele, invejei aquele instrumentista. O invejei por estar fazendo música, por poder sentir tão de perto a vibração das notas retiradas daquele violino. Invejei o prazer que ele sentia em ouvir a música que saia daquela caixa de madeira. Invejei os dedos dele por saberem produzir tão belo som.Ao mesmo tempo tive piedade, por saber que na sua maioria quem por ali passava nem sequer sentia a música vibrar nas paredes da rua, talvez até se encomodassem com aquele ruído.Não é justo que tão bela arte tenha que na sua maioria viver a beira da sociedade, esperando para ser reconhecida.
Ás vezes me pego pensando que estou fugindo da responsabilidade de tentar mudar alguma coisa no mundo. O que me levou a escolher contabilidade? A adoração quase zero que tenho pela matemática, a vontade de trabalhar com números e ajudar quem tem dinheiro a conseguir mais? A possível estabilidade financeira que poderei adquirir com o a carreira de contadora? Ou o medo de batalhar pelo que eu quero. O medo de fazer a diferença? Sinto dizer, mas as últimas opções são as corretas. Eu tive medo de enfrentar e tentar fazer a diferença. Medo de não dar certo. Me acovardei. Descupe-me os bons, mas não me senti com capacidade. Me senti fraca demais para lutar, não tão boa para cantar, não tão forte para mudar.
Descupe-me quem um dia poderia aprender algo comigo. Não conseguirei fazer a diferença. Vou continuar levando minha vidinha mundana e normal, torcendo para que alguém com mais coragem que eu seja capaz de fazê-la. Talvez o jovem que toca o violino na calçada seja a pessoa certa.
Ás vezes me pego pensando que estou fugindo da responsabilidade de tentar mudar alguma coisa no mundo. O que me levou a escolher contabilidade? A adoração quase zero que tenho pela matemática, a vontade de trabalhar com números e ajudar quem tem dinheiro a conseguir mais? A possível estabilidade financeira que poderei adquirir com o a carreira de contadora? Ou o medo de batalhar pelo que eu quero. O medo de fazer a diferença? Sinto dizer, mas as últimas opções são as corretas. Eu tive medo de enfrentar e tentar fazer a diferença. Medo de não dar certo. Me acovardei. Descupe-me os bons, mas não me senti com capacidade. Me senti fraca demais para lutar, não tão boa para cantar, não tão forte para mudar.
Descupe-me quem um dia poderia aprender algo comigo. Não conseguirei fazer a diferença. Vou continuar levando minha vidinha mundana e normal, torcendo para que alguém com mais coragem que eu seja capaz de fazê-la. Talvez o jovem que toca o violino na calçada seja a pessoa certa.
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