sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O não querer é querer

Hoje, vindo trabalhar, atravessei em frente a um carro com uma motorista extremamente bonita. Ela parecia ser elegante, estava maquiada e com uma roupa que parecia lhe cair muito bem. Pensei que ela fosse uma mulher sozinha, que estava indo para o trabalho e conquistando tudo o que desejava na carreira, até virar a cabeça uma segunda vez e ver um menininho lindo sentado no banco de trás, olhando para ela e sorrindo.
Minha ideia da motorista foi por água abaixo, ela era mãe e tinha uma aliança. Uau! Ela era casada também.

Tá, você deve estar me achando uma tola, é claro que milhares de mulheres nos dias atuais são esposas, mães e tem carreiras de sucesso. Mas isso nunca entrou na minha cabeça. Para mim, sempre foram coisas que precisam andar separadas, pois não são compatíveis. Como criar bem um filho se trabalho 10 ou 12 horas do dia? Como ficar linda para o marido se estou mais ocupada no meio dos papéis da minha mesa? Como cuidar da casa, do jardim, das contas, da vida de outras pessoas e da minha e ainda ser amorosa, carinhosa, corrigir a lição de casa das crianças, fazer a janta do marido...?

Só que ultimamente alguma coisa tem mudado dentro de mim, não sei se é a visão das minhas professoras, na sua maioria casadas e com filhos, com carreiras maravilhosas, rostos e corpos perfeitos, alinhadíssimas e elegantes. Não sei se conhecer o bebezinho que nasceu a uma semana e ter a certeza de que a vida é perfeita e que aquela criança é a prova disso. Ou pode ser o medo de daqui a 30 anos me encontrar sozinha em uma casa grande demais e perceber que ninguém é auto-suficiente.

Às minhas amigas que estão lendo, a resposta é não para os seus risinhos de canto de boca. Ainda não sonho com um véu e uma grinalda maravilhosa, ainda não penso em casar e viver feliz para sempre, claro, a não ser que alguém especial apareça e me prove que a vida a dois pode ser muito, muito boa e que prometa aturar todas as minhas chatices sem fazer bico. Mas estou começando a sonhar com filhos, talvez não biológicos, mas com crianças que preencham o dia, que me deem mais um motivo para continuar crescendo, que precisem de carinho e me deixem amá-las. Sim, filhos.
Mas só daqui a alguns bons e longos anos.

Um comentário:

  1. chorei com esse teu post!! principalmente com a parte do"Mas estou começando a sonhar com filhos, talvez não biológicos, mas com crianças que preencham o dia, que me deem mais um motivo para continuar crescendo, que precisem de carinho e me deixem amá-las. Sim, filhos."

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Bom Dia senhores passageiros. Após a viagem deixem suas sugestões, críticas ou comentários se for de seu interesse. Obrigada!