quinta-feira, 28 de abril de 2011

Tesouradas


Ano passado, quando resolvi cortar os cachos, foi uma atitude tomada como corajosa. Não sei se bem essa a palavra que poderia resumir o ato, acho mais que o resumo da obra se dá na palavra covardia. É, tá certo, a mudança foi meio radical é tudo mais, é preciso sim uma boa dose de coragem e segurança para fazer isso. Mas me diga, que mulher não muda algo no visual quando tem algo que não está andando certo?
Um corte de cabelo te faz bem, te deixa mais feliz por um tempo, afinal, todos reparam quando a mudança é grande e, se você teve paciência e noção para escolher o que lhe cairia bem, de quebra vem todos os melhores elogios do mundo e você se sente a mais bela de todas.
É nessa onda de animação que se aproveita para esconder-se, fingir que nada está acontecendo, que nada lhe aflige. 
Não sei se dessa vez foi essa totalmente a intenção,  mas tenho a dizer que me sinto uma nova mulher e que vale muito a pena ser um pouquinho covarde.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Torto


Existe na parede aos pés da minha cama um quadro de óleo sobre tela, nele há um anjo pintado. Esse quadro é a minha cisma. Todas as noite, assim que me deito preciso levantar para ajeita-lo, por mais alinhado que ele possa estar na parede, não há uma única noite, mesmo muito cansada, que eu não me levante e arrume a tela. É a minha mania de deixar tudo perfeito para mim, alinhado ao meu modo, no meu estilo. Fico pensando se não é esse o grande problema ou a fantástica solução: a perfeição que procuro em tudo e em todos, até em mim mesma. Obviamente tudo uma grandissíssima útopia. Afinal quem o é? Quem pode sê-lo? Quem pode exigi-lo de outro?
Impossível eu sei, mas atire a primeira pedra aquele que nunca sonhou, ou melhor, nunca errou. Já dei um grande passo assumindo a razão de algumas angústia, basta por em prática tudo o que penso e desejo. Mas o medo de estar errada novamente me pertuba a alma. A idéia de estar sendo ingrata me agonia. Chego a ter ataque cardia só de escrever sobre isso, imagina colocar tudo para fora, de um sopro só. Vou morrer nessa hora.
Procuro não pensar nos olhos que me olharão, na minha tristeza e indecisão. Queria ter outra idéia ou até mesmo outra oportunidade para ser diferente, para fazer tudo diferente. Queria ter o poder de apagar o que passou e acelerar o tempo para não sentir a dor da ferida se cicatrizando sozinha.
Tudo isso por causa de um quadro torto com um anjo.

terça-feira, 19 de abril de 2011

verde

De raiva, de ciúmes, de dor no estômago, de cansaço, de fome, de vontade de fazer xixi. Verde, não verde de passarinho verde, porque esse não dá sinal de vida a quase 24 horas. Verde sim, verde por quase tudo. Bipolar também, com toda a certeza bipolar também.
Verde e bipolar, o que mais esperar né? Por notícias ou sinais de vida suponho.

domingo, 17 de abril de 2011

Don't Know Why

A uns dias eu disse que não havia descoberto a trilha sonora desse momento da minha vida, pois é. Hoje, depois de um dia ótimo, um mar divino, risadas e uma lua mais que perfeita que se banhava na Lagoa, achei o som que me toca no momento: Norah Jones.
Doce, suave, simples, com meandros sem fim, um gosto de quero mais, uma melodia divinamente complicada, como todos as minhas idéias e os meus milhares de sentimentos. 
Achei, agora me sinto um pouquinho mais completa.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

A mais bela

Obrigada!!! A mais bela de todas.

"A bem da verdade, revele-se em alto e bom som, embora por escrito: eles foram intensamente felizes enquanto nada acontecia." Caio Abreu Fernandes


Uma visão otimista


Algumas coisas me irritam demasiadamente, pior eu fico quando tento questionar e não consigo, quando meus pedidos são negados. Minha vontade é bater pé e fazer birra igual a guri pequeno, mesmo sabendo que não vou ganhar, só para espantar a raiva. Mas tem momentos que apesar de estar super chateada, irritada, com vontade e desejo, sei que não devo, que o melhor é ficar bem quietinha no meu canto que a vontade vai embora ou o momento passa.
Nessa sexta-feira a noite estou com essa insuportável sensação, fiquei doente como um cão essa semana só que infelizmente tenho uma festa hoje, aniversário de uma amiga, e minha mãe categoricamente me proibiu de sair. Fiquei irritadasíssima, queria ir, dançar um pouco, só que devo confessar: sei os riscos que corro indo para isso hoje. Todos os possíveis, todos os quais eu não devo correr, todos dos quais eu devo fugir, fugir, fugir. Agora que a febre, a dor e a decepção passaram eu sei que não devo querer reabrir a ferida. Sei como possivelmente a noite iria terminar - com uma briga. Sei também que devo a mim um chá de sumido, uma mudança de ares. Vou tentar me concentrar, tomar um bom banho e dormir, por que amanhã é outro dia e tá na hora de ter uma visão mais otimista sobre tudo o que acontece na vida. Afinal de contas, tudo o que eu pedi aconteceu, não está faltando nada, grosseiramente falando. Tenho minha faculdade, meus amigos, pessoas que eu adoro e que me adoram ao meu redor, consegui meu emprego e minha vida saiu da loucura totalmente insana que era, voltei a ter minha vida quase completamente, voltei a ser dona de mim, acordei do feitiço. É, acho que chegou a hora de passar uma borracha por cima de tudo isso e esquecer o passado, por que oras, o presente está muito bom.

sábado, 9 de abril de 2011

Pra brincar de ser menina

Sábado a noite, semana foi cheia e o corpo cansado renega o convite das idéias: sair. Mas a vontade de passar uma boa maquigem, colocar um lindo vestido e um divino sapato fica alfinetando a pele. E para brincar de ser menina tu se arruma, solta o cabelo, passa rímel e blush. Coloca o melhor vestido, mas esquce o salto - pra que sofrer sem necessidade - faz caras e bocas no espelho do quarto, se finge de bela. Lembra do relógio e vê que ta na hora de voltar a relidade, tomar banho e cair na cama, que amanhã é outro dia.

terça-feira, 5 de abril de 2011

loucura controlada

"Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa."


Reclamei, bati o pé, pensei horas a fio, reativei lembranças, revivi momentos, lembrei do sorriso e dos olhos.
Me senti culpada por não saber o que querer e pela primeira vez tive coragem de contar o que estava se passando, por medo de perder essa chance. Fui entendida, fiquei mais indecisa ainda, minha loucura teve seu ápice. Dormi muito mal, tive sonhos terríveis, passei muito calor.
Acordei controlada, tentando não pensar muito. 
A noite, uma pontada no peito: saudade. Tento saber onde você está e lhe descubro no outro prédio, do outro lado da rua, corro ao seu encontro, faço dos seus braços ao meu redor meu melhor esconderijo de mim mesma. Sinto meu corpo e minha mente leves por estarem juntos de ti. Você brinca comigo, eu lhe peço desculpas, rio das suas palavras e lhe lembro de algumas ditas alguns dias atrás. Trocamos afagos, mandamos um ao outro embora, afinal, tinhamos compromissos. Trocamos 'te adoro' segundos depois de nos vermos longe um do outro. Sorrio, sigo em frente, pensando no bem que me fazes e nas minhas loucuras quase sempre controladas.


domingo, 3 de abril de 2011

Melindrosa

Um vazio dentro do peito, a descrição perfeita para essa sensação, como se a pele não respondesse mais ao toque, ao cheiro, a outra pele. Uma tristeza sem início nem fim. Uma agonia sem motivo algum. Quero sumir do mundo, sumir da frente de todos. Quero voltar a nascer e dai sim não ter mais medo de ser feliz. O que é isso que sempre me afligi, me deixa sem chão e sem vontade? Por qual maldito motivo vem essa agonia?
Me sinto repetitiva, sempre escrevendo sobre o que se passa comigo, sempre falando sobre a mesma angústia. Mas como fazer se é isso que me consome, me tira do mundo normal e me transporta para um mundo de incertezas. Preciso falar, gritar, chorar, sair. Vou esperar essa sensação horrorosa passar, deixar ela quietinha em um canto e ver o que acontece. Talvez da próxima vez tudo esteja melhor.