quarta-feira, 20 de julho de 2011

Permita-se


Aceite e acorde melhor, aceite-se e se veja melhor.
Sinta tudo o que queira sentir, viva por cinco minutos a tristeza e a angústia e descarte-a. Sorria ao amanhecer e viva seu dia, deixando a noite que passou para trás, deixando as lembranças ruins para trás. Deixe somente as boas lembranças, somente para saber que cada minuto valeu a pena, e passou como tudo nessa vida.
Permita-se viver cada momento, permita-se lembrar dos momentos vividos, permita-se ligar-se as pessoas e também a desligar-se delas, permita-se esquecer o que lhe faz mal. Permita-se a ser dono da sua própria vida e também a acreditar que existe um Alguém maior que você que lhe ama e fará de tudo para sua felicidade e aprendizado. A vida é a escola.

sem título

Como não escrever sobre isso se cai amargo na língua como suco de limão? Como deixar passar em branco, sabendo a dor do perder e perder centenas de vezes.
Tenho vontade de encontrar o botão de rebubinar e ver o filme voltar só para mudar o final, tipo Você Decide. Brincar de casinha e de final feliz, final feliz juntos. Por que caso contrário não quero voltar o filme e ver tudo de novo, me sentindo fora da história, fora do chão.
Jamais existirá a volta né!? Jamais a amizade e o carinho, jamais tudo novo de novo.
Sabe isso não sai da minha cabeça e me entristece por demais. Não estar junto é suportável, mas estar longe é mais do que insuportável.
Sei que sem direito algum falo isso, sei que muito fiz para perder esse direito, mas nessa onda de permitir-se permiti a mim mesma esse sentimento, essa dor infinita.
Queria poder te dar um abraço antes da partida, só um desejo de boa viagem e nada mais. Prometo!
Mas não sou louca, não fique com essa preocupação toda. Só me permito sentir, agir não se torna necessário, seria intensificar a dor ao máximo.
Fingir que não dou bola, que lhe desejo tudo de bom, tocar em seu nome como se fosse uma mera pessoa que conheci em algum ponto da vida exige o esforço de todo meu corpo. Mas quem me conhece enxerga a desviada do meu olhar e o desfoque dele. Sente que saí daquele mundo por alguns segundos e respeita o momento.
Olha, boa viagem, boa vida e todo sucesso pois você merece muita coisa boa. Você só merece maravilhosas conquistas e felicidades. Um beijo de quem te gosta muito.

terça-feira, 12 de julho de 2011

permissão


Passo imagem por imagem, lembrando de cada segundo. Para algumas das fotos olho com raiva, outras tenho vergonha e noutras surge um sentimento inexplicável de saudade. Saudade de quem eu era, saudade das pessoas que estavam ali, das músicas que estavam tocando naquele momento.
É um jogo de escolhas. Lembrar de tudo e escolher o caminho agora, entender o que se passar e pensar no que fazer.
Medo? Todos os possíveis e imagináveis.
Felicidade? Olha para meu rosto e veja a felicidade, ela sai pelos poros.
Vontade de seguir em frente, mas algo me freia, me avisa que pode dar errado, que provavelmente dará errado como todas as outras vezes.
Mas parto do princípio que talvez dando um passo após o outro finalmente eu aprenda a andar sem cair tanto, e se cair, sem me machucar tão profundamente como das outras vezes, fazer da cicatriz um calo. Que assim seja, permita-se.

sábado, 2 de julho de 2011

para o Anjo

Estamos chegando ao 5º ano. Sim, assustador não? Nunca imaginei que fosse durar tanto tempo, em momento algum daquela noite pensei que encontraria um anjo. Pensava que seria somente mais uma apresentação, algumas músicas, muitos aplausos, diversos sorrisos e algumas lágrimas. Mas existia uma mágica no ar aquele dia, um sabor suave, um cheiro doce. Se não me engano era 16 de novembro, estou errada?
Eu tinha só 16 anos, era uma menina deslumbrada com uma viagem, com a beleza que existia escondida naquela cidade, com a emoção de cada canção, que nem vi. Ou melhor, vi.
São quase cinco anos de conversas atrapalhadas somente pelo sinal que cai quando você passa por um túnel, viaduto ou afins. No início era pela internet mesmo, horas e horas e horas, não sei de onde tirávamos tanto assunto, não sei ainda de onde tiramos, quer dizer, alguns dias isso acontece, noutros ficamos quase mudos, em um silêncio que existe só para nos sabermos ali. 
São quase cinco anos, e o máximo de tempo que permanecemos juntos foi meia hora de algumas palavras, e uma timidez irremediável das duas partes. Até hoje quando lembro daquele dia sinto vergonha de mim, estava morrendo de medo de te decepcionar, de não ser como você lembrava, medo que a voz não agradace ou que sentissemos que  a amizade era mesmo somente a distância.
Todos conhecem você aqui em casa, minha mãe e minha vó por web cam, meu pai e irmãos de tanto me ouvir contar histórias. Engraçado né!?
Estranho também!
Adoro você Anjo. Um chero, por que nada melhor que um chero para transmitir todo o carinho que sinto por ti.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

nostalgia antecipada


Quando tinha uns 5 anos ficava imaginando a faculdade, como seria minha vida quando fosse adulta. Lembro de ficar na calçada brincando de dar aula ou de ser aluna da minha vizinha. Sempre quis tudo antes do tempo, queria crescer logo. Durante minha infância lembro de minha mãe dizendo para aproveitar o hoje porque o amanhã chegará de qualquer jeito, esperando eu ou não. Depois de alguns anos descobri que ela tinha razão, o tempo passa, é inexorável. Percebi que minha espera não fez ele andar mais rápido, e sim que meus dias talvez não tenham sido aproveitados ao máximo. Brinquei tudo que devia, ahh isso eu fiz, pulei amarelinha, embalei bonecas, subi em árvores e cai de bicicleta incontáveis vezes. Curti o colégio também, fui boa aluna, fui uma aluna regular, uma aluna ruim e voltei a boa novamente. Briguei com o professor e bati pé com uma colega ou outra. Tomei banho de mar e de piscina, namorei escondido atrás da igreja e depois no sofá da minha sala, viajei todas, todas as férias da escola.
Mas hoje, pensando em tudo que passou e que tenho saudades, sei que daqui a quatro anos vou chorar com saudades do que vivo hoje, vou lembrar de cada minuto, de cada rosto e cada nota.
Sentirei saudades quanto tudo isso terminar. Vou sentir falta do ônibus lotado, falta do relógio sempre andando depressa, falta dos prazos apertados e dos trabalhos feitos na última hora. Sentirei falta das calçadas e das amigas, falta do café quente na noite fria, falta da professora braba e daquela que era fácil tirar um sorriso, falta da burócracia e da bolsa pesada de livros e cadernos, falta da greve e dos dias de aula. 
Sobrarão lembranças do primeiro dia de aula, da cara pintada, da caça as moedas na sinaleira, da primeira prova e da primeira aula de anatomia, lembrança das aulas matadas, das assistidas, das amigas cúmplices.
Daqui a quatro anos tudo termina, tão rápido quanto começou, tão doce e amargo.
Vou seguir o conselho de minha mãe, aproveitar cada segundo, gravar na memória cada momento, cada cheiro, cada rosto, cada amigo que veio e que foi. Aproveitar e viver todos os segundos.