segunda-feira, 31 de outubro de 2011

um dia daqueles

Hoje levamos uma vida tão corrida, tão cheia de compromisso, coisas a fazer, protocolos a cumpri, que você é engolfado por aquilo que lhe faz mal e nem percebe. Um emprego ruim, um relacionamento ruído, uma falsa amizade que lhe suga as energias. Está tudo se movendo rápido demais e você fica ali parado, fazendo o que deve ser feito, não dando bola para a voz interior que lhe diz para parar e olhar a sua volta. Você vai ficando irritado, explode com as pessoas erradas, acha defeito em tudo, reclama 3 vezes mais do trânsito e do motorista supostamente lesado que está a sua frente.
Até que em uma belo dia, seu corpo cansado de tudo resolve que é hora de dar uma basta no corre-corre e descançar. Ficar doente é o melhor jeito. Uma gripe que não se sabe de onde veio ou quem sabe uma enxaqueca pior que uma dor de dente. O corpo reage, te obriga a ligar para a empresa e avisar que hoje não vai dar para ir trabalhar, que não consegue levantar da cama e, ainda se dá ao luxo de ficar preocupado com o que está acontecendo lá. Para não ter que pagar a falta, vai até a clínica mais próxima, faz uma consulta, ouve o médico dizer que a garganta está irritada mas que a febre baixou, o que é um bom sinal, recebe um atestado de alguns dias e quase arranca os cabelos pensando o que será do seu emprego (terrível, diga-se de passagem). No primeiro dia de cama, a culpa lhe consome, você chega a sonhar com telefones e fax tocando. No segundo, a informação do atestado começa a ser digerida e a "folga" a ser curtida. No terceiro, mesmo conseguindo levantar da cama e ir até a cozinha preparar sua comida, a felicidade de ver a sua mãe (esposa, filha, irmão, marido, sogra, vó) entrando quarto a dentro com uma tigela de sopa é indiscultível. No quarto e último dia, você repara que seu corpo quase completamente recuperado está também relaxado, o estresse, o mal-humor, o azedume foi todo embora e você pensa que é hora de voltar e que seu emprego é lindo. Às 8 horas da manhã do dia seguinte, o ponto já foi batido e a sua mesa já está ocupada, computador ligado e tudo pronto para começar a trabalhar, até que tudo realmente começa e as pessoas começam a falar na sua cabeça e todos os "antigos" problemas voltam. Em casa, a noite, você descobre que o problema não é você, que não é preguiça nem falta de vontade, seu salário é ótimo, mas seu emprego realmente é um lixo atômico. E uma difícil decisão é tomada, organizar as contas, a vida, colocar um sorriso no rosto e coragem no corpo. É hora de dar tchau e partir desse para um melhor. Talvez não pague tanto, trabalhe mais, mas nele você se sente valorizado, faz aquilo que gosta e chega em casa com o sentimento de dever cumprido e trabalho bem feito. O estresse? Ele permanece, afinal, a vida é estressante mas também é gratificante. O que mais interessa, quando possível, é fazer o que se gosta.

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